Things I miss the most (Part I) // O que mais sinto falta (Parte 1)

When we move abroad, to a land far far away, there are things which almost immediately weigh heavy on our hearts. In this Part I, I would like to share what is the single most difficult thing to cope with when we decide to live abroad - not being around family and close friends.

Today it is my nephew's 27th birthday and I would give anything to just be able to give him a huge hug and press hard his cute cheeks. Our family will be together around the table to celebrate him, laugh, chat, tease one another and eat delicious treats. This same nephew got married three years ago and we again were not able to be there for one of his most precious moments in life. This was something that hurts us deeply.

Also this morning, I was talking to one of my closest friends and counselor, checking to see how she is doing. Both her husband and her were at ICU after being diagnosed with covid around three weeks ago. She was able to leave the hospital but, unfortunately, her husband did not. And so now, she is not only struggling to fully recover form the illness but also having to cope with the loss of her other half, her life partner of more than 30 years. How I wish I could be there.

Less than a month from now, it will be one year that my mom passed away. She fought cancer for almost three years, in and out of hospitals, clinics, chemo sessions, underwent a major surgery and believe it or not, she did all this while still working full time. Then again, during the hardest moments of her life, the kids and I were only able to be with her two times while my husband just once. If I tell you that it was easy not feeling guilty about not being able to closely take care of the one who raised me and poured over me the best that she had to offer, it would not be the truth.

All this is just to name some of the situations when being far away can be extremely hard and costly. Of course, I do not want you to think that there are no compensations and no good moments lived here, on the other side of the continent, because there surely are.

For instance (and most importantly) if it were not for our decision to leave our home country behind, we would most likely not have had our two younger sons who, along with their older brother, are the biggest and best gifts we could ever have received from God in heaven.

And so, How can we cope? What are the ways to overcome the struggles of not being physically around the people we love? I keep imagining how could past generations bare moving around the world and probably never being able to see or talk to their loved ones ever again.

Despite the different motives, my grandparents and most of their children also had to leave their homeland behind and immigrate to a whole different country. My mom once told me that she remembered my grandmother crying and lamenting having left her parents and her siblings and how much she missed them. It was so hard that my mom said that sometimes it seemed that her mother loved and cherished more the family that she had left behind than the one that she had constituted with my grandfather.

Under this light, how very fortunate are we that have at our disposal so many technological resources that enable us to have close contact to our loved ones even being physically apart? Thank God for telephones, computers, internet, smartphones, what's app, zoom and so much more! If we were not thankful enough for these things before, this global pandemic surely has taught us a thing or two, hasn't it?

Of course, nothing will ever replace the importance of a hug, a kiss, a (physical) face to face conversation, eating and playing together and so many other social activities. But in the meantime, it is key to find motives to be thankful for and appreciate more what we do have and focus on that instead of what we do not have or what we cannot do.

O que mais sinto falta (Parte 1)

Quando nos mudamos pro exterior, para uma terra bem distante, existem coisas que quase imediatamente pesam muito em nossos coracoes. Nesta Parte I, gostaria de compartilhar com voce o que de longe e o mais dificil de se lidsr quando decidimos ir morar fora, que e nao estarmos mais perto de nossa familia e amigos mais proximos.

Hoje e o aniversario de 27 anos do meu querido sobrinho e eu daria tudo so para poder dar um abraco bem forte e apertar as bochechas fofas dele. Nossa familia estara reunida ao redor da mesa para celebrar sua vida, dar risada, conversar, pegar no pe um dos outros e comer um monte de delicias. Este mesmo sobrinho se casou ha tres anos atras e novamente nao pudemos estar presentes em um dos momentos mais preciosos de sua vida. Isso foi algo que doeu e nos marcou profundamente.

Ainda esta manha, eu estava trocando mensagens com uma das minhas amigas e conselheira mais proximas, checando para ver como ela esta. Tanto ela quanto seu marido estavam na UTI apos serem diagnosticados com covid, por volta de tres semanas atras. Ela conseguiu sair do hospital mas, infelizmente, seu marido nao. E entao agora, ela esta tendo que lutar, nao somente para se recuperar plenamente da doenca, mas tambem conseguir processar a perda da sua outra metade, seu companheiro de vida por mais de trinta anos. Ah, como eu gostaria de poder estar la.

Daqui ha menos de um mes, estara completando um ano que minha maezinha foi pro ceu. Ela lutou contra o cancer por quase tres anos, entrando e saindo de hospitais, clinicas, sessoes de quimioterapia, passou por uma cirurgia de enorme porte e, acredite se quiser, fez tudo isso enquanto trabalhava em tempo integral. Novamente, durante os momentos mais dificeis da vida dela, os meninos e eu somente pudemos estar com ela por duas vezes, e meu marido apenas uma. Se eu disser que foi facil lutar contra um sentimento de culpa por nao estar fisicamente perto para poder cuidar melhor de quem me criou e me deu o que ela tinha de melhor para oferecer, eu estaria faltando com a verdade.

Mencionei estas coisas apenas como exemplos de algumas situacoes nais quais estar morando longe e extremamente dificil e exige que paguemos um preco altissimo. Mas e claro que minha intencao nao e que voce pense que nao existam compensacoes e que nao vivemos momentos bons aqui do outro lado do continente, porque definitivamente existem.

Por exemplo (e o mais importante de tudo), se nao fosse termos decidido deixar nosso pais de origem, nos muito provavelmente nao teriamos tido nossos dois filhos mais novos que, juntamente com seu irmao mais velho, sao os maiores e melhores presentes que jamais poderiamos ter recebido do nosso Pai do ceu.

Mas e entao? Como podemos suportar? De que maneiras podemos superar a dificuldade de nao poder estar fisicamente perto das pessoas que amamos? Fico imaginando como as geracoes passadas conseguiam lidar com a dor da saudade quando tinham que imigrar para outros lugares do mundo e muito provavelmente nunca mais poder ver ou ate mesmo sequer ouvir a voz de seus amados novamente...

Apesar de ser por diferentes motivos, meus avos, juntamente com a maioria de seus filhos, tambem tiverem que deixar seu pais de origem e imigrar para outro totalmente diferente. Minha mae uma vez me disse que ela se lembrava de quando via a minha avo chorar e lamentar ter deixado seus pais e seus irmaos e o quanto ela sentia falta deles. Era tao dificil que minha mae contou que as vezes dava ate a impressao de que a vovo amava e apreciava mais a familia que ela havia deixado para tras do que a familia que ela havia constituido com o meu avo.

Sob esta perspectiva, o quao afortunados somos hoje por ter tantos recursos tecnologicos a nossa diposicao, que nos ajudam a ter um contato proximo com os nossos amados, ainda que estejamos fisicamente distantes? Gracas a Deus que existem telefones, computadores, internet, smartfones, what's app, zoom e tantas coisas mais! Se no passado nao eramos gratos o suficiente por estas coisas, com certeza essa pandemia tem nos dado uma licao ou outra, nao e verdade?

E claro que nada jamais substituira a importancia de um abraco, de um beijo, uma conversa olho no olho, comer juntos, brincar juntos e tantas outras atividades sociais. Mas, por enquanto, ao inves de olharmos para o que nao temos ou que nao podemos fazer, e mister que encontremos motivos para sermos mais gratos e apreciarmos melhor tudo aquilo que temos.